História do Bordado Ponto Cruz
O ponto cruz vem de épocas muito antigas...
Começou na Idade Média, espalhou-se na Europa e Estados Unidos, principalmente na Inglaterra, onde foram encontrados os primeiros trabalhos, em meados de 1800.
Naquele tempo, o ponto cruz era para as mulheres a única escola que lhes permitiu aprender junto a técnica dessa delicada arte: Letras do alfabeto, borboletas, flores, casas, bordas floridas e as famosas amostras (samplers-na língua Inglesa).
Nos motivos, apareciam a assinatura de quem realizava o trabalho, a data e as vezes a idade da bordadeira.
Desde a Idade Média até os dias atuais o prestígio do ponto cruz nunca diminuiu. Os motivos ganharam nova inspiração e vitalidade, levando os trabalhos às possibilidades de enriquecer a decoração, dar ares a criatividade e também valorizar a habilidade manual.
A técnica para fazer o ponto cruz é simples e proporciona uma atividade relaxante, que não sobrecarrega a mente. Enquanto trabalhamos com o ponto cruz podemos ouvir música, conversar etc. É possível interromper um trabalho e retorná-lo após meses, com o mesmo prazer de antes.
Primórdios
Talvez você não tenha pensado nisto, mas a verdade é que você passa um fio de linha de bordar sobre outro formando uma cruz, está repetindo um gesto muito antigo, que atravessa nossa história e cultura. Determinar exatamente a época em que surgiu o primeiro ponto cruz é difícil mas, vários estudos indicam que ele já existia em tempos muito antigos, quando o ser humano vislumbrou as maravilhas que podia criar a partir de um simples fio. Ninguém pode dizer ao certo, quando e quem teve a idéia de sobrepor um fio sobre outro, formando uma cruz e depois unir estas cruzes criando um desenho. Os primeiros trabalhos que mostram pontos semelhantes ao ponto cruz, foram encontrados por pesquisadores na Ásia Central e datam de cerca de 850 a .C.
Idade Média
É apenas a partir desta época que as informações sobre a história desta técnica no Ocidente começam a ser mais precisas: datam daí os primeiros trabalhos de ponto cruz na Europa, utilizado então para identificar as roupas dos ricos proprietários. A aparência do bordado era ainda muito rudimentar, com desenhos inspirados em brasões de família. Tais desenhos eram encomendados por senhores feudais que os queriam semelhantes aos dos tapetes orientais trazidos pelos soldados das Cruzadas. Desde os primórdios, o Oriente é citado como o berço deste ponto. Mas é no período do Renascimento que o ponto cruz começa realmente a tomar a forma que conhecemos hoje e a se aprimorar.
Renascimento
Durante este período, o ponto cruz espalhou-se pela Europa como símbolo de educação. Os tradicionais monogramas ou abecedários, hoje popularmente conhecidos também como samplers (mostruário), eram passados de mãe para filha e usados para sua alfabetização e aprendizado de algarismos e sinais. A educação, porém, não foi o único motivo do desenvolvimento desta técnica, que ganhou ares mais decorativos graças à Igreja Católica Romana. Encomendas de bordados para ornamentos acabaram ajudando a enriquecer os motivos. Primorosas bordadeiras usavam de toda a criatividade para obter desenhos diferentes. O que não era fácil, pois os primeiros materiais para bordar eram ainda muito limitados.
Os primeiros materiais
No século 16, o bordado em ponto cruz era feito com fios de seda ou de lã sobre tecido de linho. A linha de algodão que conhecemos agora, praticamente não existia, e muito menos sua grande variedade de cores. Por isso, os monogramas não tinham a rica aparência que conquistariam posteriormente. Datam também desta época, os primeiros esquemas, impressos na Alemanha e na Itália, para serem vendidos em toda a Europa. Antes desta iniciativa, a única que se conhece é o livro publicado na França por volta de 1580, La Clé des Champs (A Chave dos Campos), trazendo motivos de flores e animais, além de temas de heráldica. Com os motivos impressos distribuídos largamente, o ponto cruz descobre uma nova vocação: além do uso pedagógico passa a ser adotado também como hobby. Sem dúvida, seu potencial de mercado logo foi notado e os produtores de material para bordar certamente sonhavam em poder oferecer novas cores de fios às habilidosas compradoras. Mas tiveram que esperar o próximo século para isso acontecer.
Novas cores de fios
A mesma era que serviu de cenário à popularização do ponto cruz, assistiu os viajantes descobrirem a riqueza de matérias-primas nas novas colônias. Pigmentos nunca vistos anteriormente foram levados do Oriente e das Américas para a Europa e, graças a eles, uma futura gama de cores se tornará possível. O fio vermelho foi a primeiro obtido com tingimento usando pigmentos importados. No ponto cruz, a nova cor é sucesso: ressalta flores, símbolos religiosos e letras. Os monogramas começam a aparecer em quadros.
Fonte: http://www.sociedadedaarte.com.br/g/?pg=noticia&id=513
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